sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Quinta de Paio Correia


A actual Quinta de Paio Correia é resultante da junção de duas antigas quintas, de seu nome “Casais das Pontes” e “Galegueira”. A casa senhorial que podem visualizar nas fotografias encontra-se no terreno que, outrora, era designado de “Casal da Galegueira”. Esta casa, habitada por diversos anos pela família Moura Borges é, no tempo presente, propriedade pertencente à família do Dr. Brito Paes, desde que a quinta foi comprada pelo seu bisavô em 1953/1954.

As notícias inicialmente encontradas acerca desta quinta datam do século XVIII, com uma sucessão de proprietários da mesma família, até à data próxima de 1875, altura em que a família Moura Borges tomou posse da mesma. Foi então, no ano 1900, que terá sido construída a casa senhorial. “Assumindo-se como centro de uma vasta exploração agrícola, esta casa revela o prestigio da família que a adquiriu, quer pela estrutura construtiva adoptada (edifício de três pisos), quer pelo investimento na sua decoração, incluindo bons conjuntos de azulejos pintados à mão, quer ainda pelos excelentes jardins que a rodeiam, a partir dos quais se espraiavam os vinhedos” (FONTES, João, “A dos Cunhados Itinerários da Memória”, 2002, pág. 444).

Entre 1900 e 1940, os eventos culturais realizados na quinta, as récitas que eram feitas diariamente por um padre que lá residia (segundo uma residente), e o facto de ser um centro de produção vinícola de relevo, fizeram dela um espaço de lazer e de convívio para as gentes que habitavam as povoações mais próximas. “Contudo, a má gestão e contracção de dividas por parte de herdeiros acabaram por obrigar à venda da propriedade ao banco Borges & Irmão, tendo actualmente outros proprietários. O edifício encontra-se hoje bastante arruinado e os espaços envolventes a necessitar de um maior cuidado.” (FONTES, João, “A dos Cunhados Itinerários da Memória”, 2002, pág. 445)

Segue-se um excerto retirado de uma tese desenvolvida por António Borges Vinagre, relativamente a uma futura exploração agropecuária da Quinta de Paio e Correia:
“No reinado de D. Afonso III, o abade e prior do Convento do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, do Arcebispado de Braga, trocou com aquele monarca propriedade que o dito mostero tinha nos termos de Lisboa, Alverca, Torres Vedras, Alenquer, Santarém e Leiria, por propriedades que o monarca tinha no arcebispo de Braga, Cabeceiras de Basto, etc. Chamava-se o referido abade e prior Payo Peres Correia, que, presumivelmente, teria dado o nome a esta quinta. Esta propriedade passou mais tarde para a posse da Casa Lavradio. Com o andar dos tempos, esta Casa […] viu-se obrigada a largar de mão esta quinta [...] foi comprada então ao 5º Marquês do Lavradio por João Moura Borges, que a esta quinta juntou, mais tarde, os Casais das Pontes e da Galegueira e vários pinhais. Durante duas gerações, esta propriedade foi pertença de sua família, a qual embora possuísse também largos haveres em Lisboa, em pouco tempo se viu arruinada, devido à má administração dos seus descendentes. Finalmente, os netos de Moura Borges viram-se obrigados a deixar ir a quinta à praça. E assim, a actual sociedade proprietária, que emprestara dinheiro a Moura Borges, com base na hipoteca da propriedade, arrematou-a em haste pública, em 27 de Novembro de 1932. “














Fotografia datada de 1918 (traseiras):

(Fonte: https://www.facebook.com/TorresVedrasAntiga/photos/pb.1633298730220588.-2207520000.1449099741./1661838510699943/?type=3&permPage=1 )



Fotografia datada de 1955:

domingo, 22 de novembro de 2015

Discoteca Horta 2


Após um breve período de pausa, por razões maiores, trago-vos o que, em tempos, foi considerado paragem obrigatória nas noites algarvias. Atingindo o pico nos anos 70 e 80, a discoteca Horta 2 era estimada como sendo um chamariz, visitada por pessoas vindas de todo o lado, "para dançar ao som dos ABBA". Segundo consta, antes de ser uma discoteca, este espaço era uma casa particular, com moinho, habitada por um casal. Para completar todo este esplendor, nas traseiras da mesma, podemos desfrutar de um por do sol soberbo sob um braço do rio Arade, que se estende ao longo da Horta 2.

Não encontrei qualquer informação acerca da data e o motivo do fecho, mas presume-se que exista ou existisse algum interesse no seu reaproveitamento, visto terem dado inicio a obras de restauro, que entretanto ficaram embargadas. Mais uma vez, desconhecendo a razão de tal.












 Segue uma foto retirada da Web, postada em 2011, apesar de não ter como confirmar, com exactidão, a data em que a mesma foi retirada:

Fonte: http://olhares.sapo.pt/horta-2-foto4702358.html