sábado, 19 de maio de 2018

Quinta do Saldanha


Hoje deixo-vos um dos meus locais de eleição. Alguns dos nomes referenciados serão fictícios, de forma a preservar a sua localização, mas poder apresentar alguns dados interessantes sobre o espaço e a história que circunda, misteriosamente, este palácio.

Esta Quinta do século XVIII é resultante da junção de duas quintas, a "Terra da Eira" e a "Quinta da Dália". "João Lopes e "D. Isabel" obtiveram permissão para fazer a quinta.  Mais tarde, em 1731, "José Pedro Lacerda" adquiriu a mesma. Àquela casa, Lacerda dedicou os seus últimos 5 anos, organizando inúmeros bailes e galas. Em1736 faleceu e a casa foi herdada por um dos seus três filhos, também de seu nome "José Pedro Lacerda". Ele, à semelhança do seu pai, trabalhou às ordens de um monarca, não D. João V, mas quem lhe sucedeu, D. José I. Seis anos mais tarde, insatisfeito com os serviços prestados, D. José I obrigou-o a sair de Lisboa.

Em 1758 "José Pedro Lacerda" arrendou a casa à filha, "Mariana de Abreu".Pressupõe-se que queria que a sua filha herdasse a propriedade, mas a mesma não teve capacidade de manter a quinta em condições apropriadas e essa vontade foi recuada. 

Em 1764 a sua mulher foi exilada em Angola, desconhecendo-se as razões, e foi nessa altura que começaram as disputas entre a família.

Esta batalha legal, pela obtenção de direitos pela Quinta do Saldanha durou 73 anos. A justiça acabou por decidir em favor da Santa Casa da Misericórdia, o conselho que representava uma parte da família. A casa foi vendida, de imediato. A casa foi comprada,em 1841, por "José Manuel Albuquerque", que permaneceu nesta residência até 1856.

Foi, mais tarde, vendida a um Visconde, um empresário ligado às áreas do tabaco e do sabão, que lá permaneceu por 14 anos. A Quinta passou por seis primos do Visconde.

Em 1890, a Quinta foi adquirida por um conceituado médico e professor, que deu inicio a obras profundas na casa e nos jardins. A propriedade pertenceu à família Carvalho até 1970 e, desde então, pouco se sabe sobre o que aconteceu. A Quinta, entretanto, passou a pertencer a um fundo do BES, e neste momento desconhece-se mais pormenores sobre a sua pertença.

O jardim apresenta traçado setecentista, com muretes de azulejos azuis e brancos representando cenas de caça, bustos de mármore e espécies vegetais notáveis.

A Quinta foi sofrendo várias modificações ao longo dos anos. Reestruturações nos jardins, construção de uma capela que continha, sobre o altar, uma pintura da Anunciação (1748), etc.

Distribuídos por 4 andares de 24 quartos, incluindo uma capela, uma biblioteca, uma sala de estar, uma cozinha, uma sala de música e um salão de festas. Existem ainda 10 casas de banho e tectos abobadados. A propriedade, com mais de 300 anos, está abandonada há cerca de meio século.



































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