segunda-feira, 30 de março de 2015

Palacete da Fonte da Pipa

Como primeira publicação, optei por um dos locais mais fascinantes que visitei desde o inicio desta exploração continua, que se foi revelando não apenas um interesse, mas também uma necessidade. Necessidade de descoberta, em busca de uma beleza "renascida das cinzas". Mas retomemos o tema! O Palacete da Fonte da Pipa é mais um caso de abandono, ao que pude apurar, vitima da negação de ampliação de património e como tal ainda espera um despertar de consciência, caído no esquecimento de quem mais deveria zelar pela sua conservação. Pouca informação fidedigna (ou que possa confirmar) tenho sobre este espaço, mas deixo-vos o que encontrei em pesquisas e alguns registos da minha visita, para que vejam através de mim, todo um potencial que mais dia, menos dia, vai apenas encontrar-se na memória de quem teve o prazer de o presenciar.


"No toque do trabalho, é preciso não esquecer a essência, a lembrança com que se escreveu as linhas do passado, pensando no futuro, alimentando o presente e mantendo certezas que a história de um país não se escreve entre os arbustos caídos, entre as paredes derrubadas pelo vento, entre as eras que se apoderam do nosso tempo, das janelas partidas pela mão rebelde, pela chuva bravia que se descascou a tinta e inundou o soalho, tudo se perde e transforma...num esquecimento..." - Sairaf

Em 2010 foi parte integrante de um projecto cultural, onde faziam exposições, entre as quais, foi  apresentada a colecção de arte primitiva africana, da autoria de José de Guimarães  

Segundo a Dra. Luisa Martins, representante da Câmara Municipal de Loulé, o terreno onde se encontra hoje o palacete, tinha uma fonte à qual as "gentes da terra" recorriam. Entretanto as terras foram compradas por Marçal Pacheco, que projectou um palacete semelhante aos que vira nas suas múltiplas viagens ao Norte da Europa (por volta de 1875).

A propriedade foi baptizada de "Quinta da Esperança", apesar de ainda hoje não ser reconhecida como tal. O seu construtor foi José Verdugo, que também participou na construção do Mercado Municipal de Loulé e o decorador foi José Pereira Júnior, pintor e ceramista de Lisboa.

Em 1896, Marçal Pacheco faleceu, sem ter visto terminado o seu "Santo Graal", a obra da sua vida. Em 1920 a quinta é vendida a Manuel Dias Sancho, banqueiro de profissão. O novo proprietário continuou com o projecto do palacete, mandando electrificá-lo e construir os bancos dos jardins num estilo Kitsch de feição romântica que envolve todo o edifício e jardins.

Em 1927/29, Manuel Dias Sancho viu as suas propriedades serem penhoradas, para cobrir as dividas contraídas pela sua Casa Bancária, acabando por serem ambas entregues ao Banco do Algarve. Francisco Pereira terá comprado a Quinta ao Banco, tendo como contributo para aprimorar este espaço, já de si magistral, o seu fascínio e paixão por plantas exóticas.

Após a sua morte a quinta ficou na posse do seu filho, Dr. Guerreiro Pereira, que mais tarde vendeu a propriedade à empresa "Quinta da Fonte da Pipa, Urbanizações, Lda".

No dia 24 de Janeiro de 2017, este imóvel foi vitima de um incêndio, à data pertencente a um fundo financeiro inglês. Levantaram-se suspeitas de que poderia ter tido intervenção humana, sendo que até hoje permanece a dúvida, para os demais. 

























































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